terça-feira, 9 de novembro de 2010

ter um filho é uma enorme responsabilidade

Assim é o mundo, filho.
Assim mesmo, como você vê.
Não espere que o papai te dê um dicionário:
minha vida passei fugindo deles.
Já disseram que dicionário é pai dos
bobos. Concordo: somente tolos querem definir.
Estão aqui, em você, todos os verbetes do ser.

Sinta, querido, tudo o que quiser sentir.
Só me faça o favor de
nunca sentir os sentimentos que os outros esperam.
Se quiser: ria-se da morte, não sofra de amor,
não busque ser feliz. Simplesmente seja,
meu filho. Derrube os limites que
outros esperam que você tenha, que sei mortos.

Fuja, amor, fuja longe, quando o atrevimento
perguntar quem é você. Seja o que é, não diminua.
Agora, filho, enquanto escreve, papai chora.
Talvez por não saber viver a vida que te deseja,
talvez por duvidar que um dia você aprenda.
De qualquer forma, entenda: é não tendo nada, e sendo tudo,
que o homem passa a viver. Antes, a existência

Não desperdice a vida pensando que a vida pode ser desperdiçada.
Simplesmente viva, meu filho.
E é só isso que pede seu pai.

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