I
Hoje o natal é lágrima,
Vó.
Queria e precisava dizer,
Vó.
Pelas frestas dos dedos ruem
mãos que antes seguravam-se.
Maldita seja, cidade de peixes!
MALDITA!
Hoje, Vó, hoje o natal é lágrima.
II
Se existe céu
(queira deus que exista)
O seu é feito de sorvete (e piruetas de bailarina).
Meu maior problema não é o leite,
Sabe, Vó?
Leite sempre me faltou.
Mas, sorvete?
Cacete de vida, sorvete era a única
Coisa de Vó que eu ainda tinha, Vó!
Cadê você, Vó?
Cadê meu pote de sorvete, Vó?
III
Malditos peixes, cacete de leite:
Saudade de Vó.
Saudade de Vó.
Saudade de Vó.
Saudade,
Vó.
Nossa, tô chorando que nem criança lendo esse poema. Horas antes eu estava relembrando a minha infância e como as coisas eram diferentes. Pensei e lembrei da minha vó também...e me deu uma nostalgia ... um aperto ...
ResponderExcluirO poema, então, me tocou bastante.
Lindo...dotado de ternura, amor, afeição...tô emocionada aqui,Dani...
ResponderExcluirLindo poema....
É, Dani; saudades de sorriso, de beijinhos, de mãos dadas, de caminhadas, de contar as novidades, do olhar de criança para o sorvete, ..., saudades de vó...
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