Há coisas que não entendo, nem quero.
"Melhor vida é a vida
Que dura sem medir-se."
Ricardo Reis
Dorme, criança. Dorme.
Agora é hora de dormir.
Do dia não nos sobra,
não nos resta,
não nos fica(!)
n a d a.
Dorme, criança. Dorme.
Antes que durmas, brinca.
Brinca sem entender,
brinca até por brincar,
brinca por viver.
E sê.
Dorme, criança. Dorme.
A única certeza, dizem, é o sono.
Por que contas, culta (ignobil)
criança? Tua natureza fez-te
ao brincar, ao rolar, ao pular.
Pula, pela alegria dos santos!
Dorme, criança. Dorme.
A noite espreita, mesmo ao amanhecer.
Dormir é preciso. Mas não durmas procurando
a alegria no mapa, criança! Olha-te e, sem que penses,
sê feliz: ontem, antes que o hoje parta.
Para de procurar! Sê, sê rápido!
Criança dorme. O velho fechou os olhos
tristes. E todas choram.
E a alegria continua esperando:
quente;
viva;
prazerosa,
no fundo das crianças cultas (bestas).
Até, é claro, que durmam procurando.
Vou comentar meu próprio poema, pode?
ResponderExcluirSó queria contar uma coisa:
Nunca chorei tanto enquanto escrevia um, como nesse...