domingo, 13 de junho de 2010

Crime: assassinato - Arma: palavra - Local do crime: corpo - Causa mortis: desconhecida pela ciência

Ô mãe!

Fala, filho!

Posso falar?

Falar o que, filho?

Num sei! É aí que está...

Está o quê, menino?

Num sei também. Acho que é o problema.

Problema? Qual problema?

O do tamanho das palavras! Elas são pequenas de mais para tudo aquilo que quero dizer. Tão pequenas que eu acabo nem sabendo quê quero dizer. É que isso não cabe em palavras, entende?
Meu corpo, ele é maior que toda essa coisa fedida chamada homem, mãe! Não, não o corpo. EU! EU sou maior que isso.. Sou tão grande que nem sei quê sou.
Ser homem falante me mata, mãe. Talvez a morte deste corpo me permita grande, não sei...

Ai, meu Deus! Você vai se matar?

Nossa, mãe! É isso que você tira do que te falei?

Por quê? Não é isso?

(PORRA DE MULHER IGNORANTE!)
Não, mãe, não é isso...

Ah, então tá bom... Que susto você me deu, menino!
(Ainda acho que ele vai se matar... Depois eu ligo pra Arlete e vejo quê que ela pensa...)

(Nada tá bom... Nada tá bom...)
É, tá bom, mãe. Tá bom...

Um comentário:

  1. MA-RA-VI-LHO-SO OSO OSO!rs
    Viu só, comentário com direito a eco!srsrsrs

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