Uma dessas coisas - na minha vida - é abraçar. Descobri só agora o porquê disso. O que eu já sabia é que isso é bem normal, e as pessoas retribuem os abraços sem grandes problemas aí, de onde eu venho. (Talvez o abraço seja um exemplo de coisinha cultural, né? Bom... sei lá, e isso não é importante agora).
O que importa é que eu vim parar aqui, no meio (tá mais pra sudeste, mas você entendeu o que eu quis dizer) dos Estados Unidos da América. À primeira vista descuidada o país até que é bem parecido com o nosso: temos pessoas; temos prédios; temos ruas; temos faróis; temos carros (talvez não tão grandes, mas temos); temos restaurantes; temos Coca-Cola. Tudo igual...
O problema - motivador do texto que aqui se apresenta, aliás - é o que vem depois da primeira vista descuidada. Já diria, genialmente, a parede do meu quarto: "O essencial é invisível aos olhos - O Pequeno Príncipe". E tanto a parede quanto o autor da frase nela escrita estão cobertos de razão. Os abraços são invisíveis aos olhos. Eles são vistos mesmo é com o peito.
Você, caro leitor brasileiro, já ficou sem abraçar pelo menos 5 pessoas diferentes ao longo de 17 dias?! Se já, creio que você conhece bem minha agonia: como qualquer viciado em crack, ou droga mais pesada, estou em crise de abstinência.
Os sintomas?
Nem sei explicar... Só sei que quero abraços. E que esse país não abraça.
Começo eu a achar que talvez troquemos abraços para compartilhar o peso das nossas vidas, sei lá. Deve ser isso mesmo: o abraço é uma forma de compartilharmos o peso que os problemas trazem aos nossos peitos. Existe aquele ditadinho do George Bernard Shawn: "Você tem uma maçã e eu tenho uma maçã. Se as trocarmos, cada um de nós continuará com apenas uma maçã. Mas se eu tenho uma idéia, e você tem uma idéia, e as trocarmos um com o outro, ambos teremos duas idéias.”. Pois é, acho que eu adicionaria aí o seguinte:
Porém, eu tenho problemas, e você tem problemas. Se nos abraçarmos, nós dois, sem dúvida alguma, teremos uma quantidade menor de problemas para carregar no peito.É, pois é.
Acabou a conversa, vai. Isso aqui já deu o que tinha que dar. (Mas abraço que é bom...)
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