terça-feira, 16 de agosto de 2011

Aquele abraço pra quem fica!

Existem coisas na vida que nós fazemos sem nem perceber exatamente o porquê. São pequenas coisinhas rotineiras, costumes que vamos criando ao longo da vida. Normalmente, vêm de origem cultural ou familiar, mas podem até surgir de forma independente, pela individualidade da pessoa.

Uma dessas coisas - na minha vida - é abraçar. Descobri só agora o porquê disso. O que eu já sabia é que isso é bem normal, e as pessoas retribuem os abraços sem grandes problemas aí, de onde eu venho. (Talvez o abraço seja um exemplo de coisinha cultural, né? Bom... sei lá, e isso não é importante agora).

O que importa é que eu vim parar aqui, no meio (tá mais pra sudeste, mas você entendeu o que eu quis dizer) dos Estados Unidos da América. À primeira vista descuidada o país até que é bem parecido com o nosso: temos pessoas; temos prédios; temos ruas; temos faróis; temos carros (talvez não tão grandes, mas temos); temos restaurantes; temos Coca-Cola. Tudo igual...

O problema - motivador do texto que aqui se apresenta, aliás - é o que vem depois da primeira vista descuidada. Já diria, genialmente, a parede do meu quarto: "O essencial é invisível aos olhos - O Pequeno Príncipe". E tanto a parede quanto o autor da frase nela escrita estão cobertos de razão. Os abraços são invisíveis aos olhos. Eles são vistos mesmo é com o peito.

Você, caro leitor brasileiro, já ficou sem abraçar pelo menos 5 pessoas diferentes ao longo de 17 dias?! Se já, creio que você conhece bem minha agonia: como qualquer viciado em crack, ou droga mais pesada, estou em crise de abstinência.

Os sintomas?

Nem sei explicar... Só sei que quero abraços. E que esse país não abraça.

Começo eu a achar que talvez troquemos abraços para compartilhar o peso das nossas vidas, sei lá. Deve ser isso mesmo: o abraço é uma forma de compartilharmos o peso que os problemas trazem aos nossos peitos. Existe aquele ditadinho do George Bernard Shawn: "Você tem uma maçã e eu tenho uma maçã. Se as trocarmos, cada um de nós continuará com apenas uma maçã. Mas se eu tenho uma idéia, e você tem uma idéia, e as trocarmos um com o outro, ambos teremos duas idéias.”. Pois é, acho que eu adicionaria aí o seguinte:
Porém, eu tenho problemas, e você tem problemas. Se nos abraçarmos, nós dois, sem dúvida alguma, teremos uma quantidade menor de problemas para carregar no peito.
É, pois é.


Acabou a conversa, vai. Isso aqui já deu o que tinha que dar. (Mas abraço que é bom...)

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