sexta-feira, 3 de junho de 2011

Explicação Cultural-Ideológica Sobre O Porquê De Não Se Dever Dizer "Te Amo" Junto Da Palavra "Tchau"

Antes de atrever-me a adentrar na densa questão que proponho no título acompanhante d'esta breve colocação, exponho um ponto relacionado que servirá de sustentáculo fundamental à argumentação a seguir: a hora adequada do aplauso. Caro leitor, veja bem: o aplauso indica a aprovação e contentamento do interlocutor de determinada exposição. Como, então, podemos concordar com o infeliz costume de aplaudir coisas acabadas?! Oras, achamos adequado celebrar publicamente a morte de algo/alguém? (Sim, eu sei que você nunca pensou nisso.)


Pois então. O ato de dizer "eu te amo" a alguém implica um movimento de sentimentos que, no futuro palpável não deverá ter cessado. Como, então, tomar como aceitável que tal expressão seja aproximada da despedida, elemento cessante de todos os movimentos emocionais?

Digo que o amor deve ser expresso sempre que necessário, nunca no momento em que os processos cognitivos, racionais, metacognitivos, irracionais, e superiores traqueonterostorais estão prestes a retornarem ao limbo do coraçãocérebro. E é interessante notar que lá permanecerão até que haja novamente um movimento confuso de volta ao momento adequado de existência, nova oportunidade para, adequadamente, haver uma sincera e bem colocada expressão de amor.

Assim, antes que a literatura aqui (pro)posta tenha a capacidade de cruzar seu cérebro em um nó cego, caro leitor, encerro esta fala reforçando a inadequação ideológica de se dizer "eu te amo" no momento da despedida.

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