sábado, 14 de agosto de 2010

Morada

Desculpe, mas minha casa é aqui.
Cá estão minhas paredes, abertas para mim. Quem penetra minha
fechadura?
EU:
É aqui que durmo.
É aqui que como.
É aqui que me banho.

Ah, você pergunta sobre meu lar? Não,
ainda não tenho forças para segurar as vigas de um. O meu ainda fica sob
sua saia. Ficará aí por mais algum tempo.
O tempo e a vida cuidarão de, um dia, fazer surgir
da lagoa
um Lar que eu possa sustentar com um outro alguém.

Por enquanto, mamãe, você segura a saia sobre minha cabeça; papai
segura você; eu apenas existo (realizando meu papel eterno),
segurando vocês dois.

Um comentário: