quarta-feira, 18 de agosto de 2010

in ter ação

Homem parado ao lado da árvore,
observando plantas logo ali,
quê tão atencioso observas, homem?

Estás duro, parado, quase assustado.
As plantas são tão lindas, ou os olhos estão mortos
esperando o ritmo do pensar que corre?

Tens uma sacola aos pés. Por quê?
Quê diabos carregas escondido, e soltas ao chão
perto desta árvore, destas plantas, destes olhos e deste homem?

E eu? Será que há alguém a ver-me, questionando o porquê d'eu estar
a olhar-te? Será que questiona quê carrego na mochila? Será que indaga
sua beleza ou meu raciocínio?

Momento sublime de observações múltiplas.
Estamos todos parados, ainda que andemos, a olhar outra coisa.
É verdade, não nos enganemos, que estamos apenas olhando-nos a nós mesmos.

Como sempre, estamos olhando a humanidade
que carregamos por dentro.
Na planta, na árvore, na sacola, no homem, na mochila, no jovem, no andar.

In ter agimos, assim, homens que somos;
vemo-nos.
E somos.

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