domingo, 30 de maio de 2010

Perfume

O cheiro de antes
me passa, maldito seja.
A lágrima quase escorre, anunciando a dor
que nunca deixei de ser alegre.

O perfume dos risos e desejos,
ao voltar, anestesia. Quê fazer? Deixar
que me deixe ficar, talvez. Jogar-me
no tempo que todos dizem e
não cura (a ferida que não posso curada): queima. Eis outra opção.

II (o exorcismo)
Assim como não tratamos um Demônio, não
direi nomes, Letícia. Temo exorcisar-me de mim.
Os medos com nome somem mais facilmente.
Não quero que suma, Letícia. Não te direi o nome, Letícia!

Como memória, a voz de Cristo ordena, fique neste corpo,
Letícia!

E basta deste paradoxo por hoje.

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