fiz uma eleição: entre
o krill
a pedra
e os dominós
quem venceu foi
a Pereskia aculeata
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suportar o espinho
não (nos) é fácil
se quando venta
ou chove
tal espinho rasga
a carne
nesta seara,
quem estaria a sofrer?
nós
os espinhos
o vento
a chuva
o rasgo
ou
a carne
neste terrário,
de quem é o atrevimento?
de quem cresce a rasgar-se sob o vento e a chuva
ou
de quem sofre ao ver os rasgos
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talvez, e conjecturo sem grande prudência,
a máxima lição (a ser sentida, jamais compreendida)
seja esta:
manter-se na eterna potência do sol,
fazendo bom uso de nossos espinhos:
para rasgar nossas folhas de vez em quando,
e para fazer crescer novas folhas.
talvez, apenas talvez,
seja preciso fazer rasgar
seja preciso fazer rasgar-se
seja preciso fazer raspagens
para que as novas folhas
possam crescer.
talvez.
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santa planta, mãe deste poema,
orai por nós.
orai para que um dia tenhamos, puríssima planta,
a maravilhosa sapiência
de quem rasga-se
para produzir vida.
gostei do seu poema, vou compartilhar trechos dele no meu instragram em homenagem ao ora pro nobis que um dia tive e a outros que terei. grata
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