segunda-feira, 25 de julho de 2011

Partidas

A minha vontade, ali olhando,
Ai, meu coração(!),
Era sair correndo e gritando:
Pega ladrão, pega ladrão!

Estão fugindo com meus dias de alegria,
Estão levando o beijo religioso de boa-noite,
Estão furtando o piquenique no meio do dia,
Estão tomando o direito de acordar e declarar: amo-te!

E a minha vontade, ali olhando,
Pega ladrão, pega ladrão!

As conversas sinceras,
Os abraços carinhosos,
As brigas ensaiadas, (de verdade não sabemos)
Os momentos silenciosos...

Bem sei, tudo isso não me roubam
Pois não se tem o quê se(cê) é.
Mas as partidas me perturbam
Como medo de fantasma puxador de pé.

E a minha vontade foi passando,
Não é ladrão, não é ladrão!

E você partiu,
E eu fiquei.
E você consentiu,
E eu partirei.

E a minha vontade foi mudando,
Até logo, até logo!

Até

sexta-feira, 15 de julho de 2011

musas

enganam-se os críticos
afirmantes de serem deusas
oue figuras mito-lógicas
as musas dos poetas.

a única verdadeira musa
que um poeta invoca à escrita
é a vida.

sinceramente

e toda expressão tua
é não menos que
um sorriso meu.

(até as de choro,
pois, já diria sábio mestre,
é preciso ser natural.)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

O Pecado Original

e foi então que
inventou o homem a palavra,
da-quela mentira.

não podia ser
(já que não se é mentira)
ou fazer
(já que tudo que se faz é fato)
e precisou falar,
codi-falsi-ficar os sentidos da realidade.

assim, caso ames-me,
ames-me. não digas, não mintas!
simplesmente ames,
e será bastante.

termino, portanto, esta forma
máxima de mentira dizendo que,
em verdade,
amo-te.