terça-feira, 29 de novembro de 2011

é natural

10 horas de uma manhã
estrangeira qualquer.
(e sinto-me hiper-poeta expondo exílio.)

elementos técnicos anunciam neve,
mas o frio é forte quando confrontado ao sangue latino,
e as cortinas são fechadas

de tal forma que
nao posso esperar lá fora,
e não posso ver aqui dentro.

mas só importa que
queria mesmo era uma praia.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

poema falado

a primeira vez que escrevi um poema com a voz.

a noite desce;

as nuvens passam;

é escuro.

e, em meu peito,
estou sorrindo.

vejo apenas formas:
não vejo cores.

o horizonte delimita-se
em luzes e sombras:
luzes estáticas;
luzes que passam;
sombras que matam.

e caminho por um ponto
- um ponto -
um ponto como outro qualquer.

um ponto onde não me sinto
   pertencente

Ha!
Grande ironia!
agora que
aparelho, olhos e boca escrevem,
as nuvens param e
vejo um naco de dia.

e o ônibus vem.
e o ponto fica.

amen.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

do homem

sei de tudo
quanto sei;
estou em todos os lugares
onde estou;
posso fazer tudo
o quê posso.

e, assim, me basto.

amen pra mim.