domingo, 26 de junho de 2011

faltas

Qual o motivo d'eu ser
Ateu?

É que a lógica humana
Não me permite desacreditar na
Fome, na
Guerra, na
Solidão, na
Crueldade, na
Tristeza, na, em suma,
Dor.

Então, opto por desacreditar no ser que, dizem,
Criou tudo o que
"Viu que era bom"
No universo.

Simples, né?

e não me venha com "livre-arbítrio" não, tá?
a mulher que sofre aborto natural do filho que queria não teve direito ao livre-arbítrio,
só pra dar um exemplo.
amen.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

homem, o

criança, caminho.
criança, brinco.
criança, vivo.

mas há, ali, na esquina, um
homem
espreitando.
e paro.

a verdade, assumo, é que tenho medo,
muito medo. medo deste
homem,
inevitavelmente des'conhecido meu.

socorro, mãe.
alguém me abraça como na corrente que trago no pescoço?
esse
homem
me esperando tá me dando muito medo.

...

será que você aí não podia ir ali perguntar presse
homem
o RG dele?
se bem que isso eu já sei.
também sei nome, data de nascimento e os sonhos
desta infância dele...
faz o seguinte: vai lá e pergunta pra MeIlMe qual é a
única
coisa que torna o sonho impossível.
Eu vou saber do que se trata...

descanso

Renata, hoje é feriado por quê?
corpo de cristo, daniel.
ah. amen...
tsa, cínico.
hehe, pois é...

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Explicação Cultural-Ideológica Sobre O Porquê De Não Se Dever Dizer "Te Amo" Junto Da Palavra "Tchau"

Antes de atrever-me a adentrar na densa questão que proponho no título acompanhante d'esta breve colocação, exponho um ponto relacionado que servirá de sustentáculo fundamental à argumentação a seguir: a hora adequada do aplauso. Caro leitor, veja bem: o aplauso indica a aprovação e contentamento do interlocutor de determinada exposição. Como, então, podemos concordar com o infeliz costume de aplaudir coisas acabadas?! Oras, achamos adequado celebrar publicamente a morte de algo/alguém? (Sim, eu sei que você nunca pensou nisso.)


Pois então. O ato de dizer "eu te amo" a alguém implica um movimento de sentimentos que, no futuro palpável não deverá ter cessado. Como, então, tomar como aceitável que tal expressão seja aproximada da despedida, elemento cessante de todos os movimentos emocionais?

Digo que o amor deve ser expresso sempre que necessário, nunca no momento em que os processos cognitivos, racionais, metacognitivos, irracionais, e superiores traqueonterostorais estão prestes a retornarem ao limbo do coraçãocérebro. E é interessante notar que lá permanecerão até que haja novamente um movimento confuso de volta ao momento adequado de existência, nova oportunidade para, adequadamente, haver uma sincera e bem colocada expressão de amor.

Assim, antes que a literatura aqui (pro)posta tenha a capacidade de cruzar seu cérebro em um nó cego, caro leitor, encerro esta fala reforçando a inadequação ideológica de se dizer "eu te amo" no momento da despedida.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

sobre as contas deitadas

hoje há só um lápis
-pinto e rabisco-
desenhando a conta exata.

não, não adianta! agora
sei que a somatória ganha
-de lavada-
destas outras contas malamadas.