quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Motivei?

Não faça como eu faço; Faça comigo. - Não sei quem é o autor.
I
Sabem, existem 15 tipos de pessoas:
as que sabem, e as que não sabem extrapolar.

Quais destas pessoas estão certas?
Todas, oras. 
Respeitemos, pois.

II
Motivação não é ciência.
Motivação é arte:
é o espanto,
é o choque,
é o desejo,
é a vontade,
é o tesão,
é a tara,
é uma emoção.

III
Quem diz motivar em nome de terceiros tem nome:
estuprador.
Claro! Oras, levou-me a fazer algo que não queria,
de uma forma que não queria,
na busca dum sádico prazer que sente!

IIII
Desculpem-me os doutos, não quero ser professor.
Gostaria de ficar só com a função de transforma(sem)dor.
Isso de violar a inocência dos ditos sem-luz
não é comigo: prefiro ser iluminado pela suposta 
escuridão. E, entenda, não há paradoxo nisso.

IIIII
O mundo será um lugar infinitamente melhor no
dia em que futuros ditos profissionais da educação
começarem a ler textos com títulos como:
"Motivação Para Aprender: Como Espantar-se Com,
E Respeitar, o Desejo Do Próximo".

#prontofalei

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Rimei (que rima com Caguei)

Me disseram que não sabia
fazer poema rimado.
Oras, não sofro de logofobia:
Quem disse qu'eu já tinha acabado?

O dia que quiser, só então,
vou tentar e rimarei.
O poema pode até ser um patrão,
mas o estilo não há de ser meu rei.

Escrevo como quero, quando quero:
quem pensa é a criação.
Exigir mais seria exagero,
um crime de adulteração.

Capito?
Bene.

domingo, 26 de setembro de 2010

Brincando

Upa! Upa, papai!
(E puxo os cabelos que faltam)
Eia! Eia, papai!

Como é gostoso lembrar
Do cheiro de teu cabelo lavado com sabonete, que sentia
Quando montava em teus ombros.

(Puxa. Não, calma. Puxa mais devagar.
Solta. Opa, corre!
Ele tá soltando muito rápido!)

Bom mesmo era deitar na tua barriga,
Enquanto "assistíamos TV". Sempre gostei
De brincar de respirar junto.

É, pai. Eia e respira, pai!
Eia e vai, que ser médico é compartilhar
A solidão num hospital, pai.

Acho que sempre quis fingir que não te
Entendia, pai, só pra mostrar interesse.
Que nem você, no diálogo do copo d'água. Lembra?

-Ô pai! Quando cê subir cê me traz água?
-Trago...
-Num é trago! É levo!

(E, sei, ríamos o silêncio de dois corações que se amam.)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Índio, volta!

Eu tenho COT. É que nem TOC, mas em ordem alfabética, 
como as coisas devem ser. - Mariana Veloza (@mari_poxi)

Ah, mas que coisa mais
Bonita esta
Caacó!
Dorme ininterruptamente,
Enquanto vai
Findando todo idêntico e
Grandioso
Hoje.

Índio lá na mata, perto da árvore
Janta. Está, de nós, muito
Longe. Será que quer
Mais para comer?
Não!
Opta
Por
Querer
Resistir a esta loucura:
Sabe, nem
Tudo é necessário. (Sabedoria da mata)

Único, como os dias, entre tantos,
Volta! Chega da distância!
Xenofilia é lei na mata do coração
Zambo, que não gosta de caminho retos, assentados.

Anda, volta logo.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Lugar

Em aula.
piu piu  piu piu
cantam os pássaros
passa o rio

('inda que o corpo não saiba
é lá que está a alma)






domingo, 19 de setembro de 2010

-Hoje Não Tem Poema (da minha parte)-

Você veio até aqui
porque queria um poema,
certo?

'Tou com cara de quê?
(Hoje, pelo menos)
não sou puta barata!

Quer um poema?
Pois bem: olhe à esquerda
(sou canhoto)
e passe (no mínimo) 10 minutos pensando
sobre a primeira coisa que encontrar.

Aí está: Um poema
de/pra você.

Espero que tenha gostado.
(Caso não, procure um psicólogo. Sério.)

Linha

Belém belém
Tocam os sinos
Passa o trem

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Dúvida

"...and God separated the light from the darkness. God called the light Day, and the darkness he called Night. And there was evening and there was morning, one day." - Genesis

Ô mãe, me fala uma coisa.
Mas fala sério. Sério mesmo!

Nessa coisa louca chamada vida, quem passa(?):
Nós, ou o Tempo?

Talvez o buraco esteja mais pra baixo:
Afinal, o Tempo pensa?

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

wE wish you = a Merry • Christmas • Christmas

Fosse Eistein poeta,
tal seria a teoria:
"Quando a tristeza é
ingente, daquelas que
aceleram o pensar
e freiam o tempo,
dor transmuta-se lágrima.
Temos, portanto, que a diferença
entre energia e matéria é
mera questão de
estado de espírito."



For life is simple, after all.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

No circo

I
Ah, anos. Já foram tão poucos!
Passaram tão em seus tempos!

II
O passado ainda não vem jantar, viu?
Por mais que convide, ele nunca vem.

III
Interessante a decência histórica do
registro imagético: a primeira a sair do
quadro foi a primeira a esconder-se no
retrato.

Tchau, vó.

IIII
Circo: 3 pessoas esperam o palhaço.
Eu? Não! Sempre tive MUITO medo de palhaços.

IIIII
Nada como o abraço
gostoso e carinhoso de um vô, né?
E a diferença entre vô e vó, sempre me disseram,
é que um usa chapéu, a outra, fivela de cabelo.

IIIIII
Estas fotinhos de formiga são grandes de mais,
depois de 15 anos de armário.
Tempo é fermento, às vezes.

IIIIIII
Fotinho, volte pro armário. Daqui mais uns 15 anos
voltamos a nos ver. Até lá você já vai ter mais histórias pra
contar do que qualquer biblioteca poderia suportar.

Tchau, infância.
Tchau, circo.
Tchau, abraço.
Tchau.
Até (nunca) mais.

sábado, 11 de setembro de 2010

Gramática

Acabo de pensar um poema estupendo.
Muitas vezes, é preciso
que saibamos, a diferença entre
estúpido      e      estupendo
é mera questão lexical...

terça-feira, 7 de setembro de 2010

pôr-do-sol

De vez em quando, tenho
vontade de escrever sobre o pôr-do-Sol.

Sabe o porquê deu nunca ter feito isso? Porque
o Sol está lá fora, não aqui. Se
realmente acho a cena linda, vou vê-la
e vivê-la, não gastar nosso tempo com bobagens.

Então, termino este não-poema convidando:
ao invés de ler sobre o pôr-do-Sol,
olhe pela sua janela.

Agora!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Eu meto, tu metes, ele mete: um poema de meta(!)linguagem.

Eu gosto mesmo da poesia pela facilidade
com que se encerra o vôo de um passari...
de uma toupeira. Isso, o vôo de uma toupeira.
Quer ver?

A toupeira voava.
De repente, achou sua amiga cadela nadando que nem rosa, num deserto
de algodão-doce-líquido.
Mergulhou do céu para o deserto líquido, e nadou junto.

Viu? E tudo acaba quando chega o ponto final!
Genial, não?

E tem também a facilidade em fazer brotar Sol da pedra.
Repare:

Era uma pedra triste: parada, esperava pensando na ponta do porto.
Um belo dia, chega o estivador e lança a pedra no mar
(o bicho tava sem ter o que fazer...).
A pedra chega no fundo do mar e gosta daquele gelado, e daqueles
peixinhos que passam por ela:
fica tão alegre, mas tão alegre mesmo, que começa a brotar Sol dela...

Fala, isso não é o máximo? E eu nem vou colocar ponto final nessa última estrofe,
pra pedra poder ser feliz, e brotar Sol, eternamente.

Só preciso agora terminar esse poema:
(ponto final).

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Pre posições

de + o
do

de + a
da
em + o
no

em + a
na
pra + o
pro
a + a
à

nunca entendi
porque não vale
também o
com + o
co
mo