sábado, 19 de dezembro de 2009

Acordado

Prometi a mim mesmo
sonhar com uma cena.
Faltaram elementos,
não foi de forma plena.

Acordei com certa raiva
decidi vir escrever
a frustração da saraiva
(de expectativas!)
que veio enraivecer.

Cairam vontades,
caiu o desejo.
Ficou a saudade,
ficou o desprezo.

A voz? Desconhecida;
A pele? Desconhecida;
O cheiro? Desconhecido;
O gosto? Calma, conheço meu tempo!
A imagem? Só por foto.

Não pude sonhar com a simplicidade
de ouvir um "amanhã está bom".
Quero, mas não posso, minha beldade,
viver neste frizon.
(de raiva!)

Por isso, cara amiga,
Don't toy with my heart!
Já sinto viva a fadiga
de passar a noite a procurar-te.

Serás minha?
Serei teu?
Dúvida azedinha!
Talvez por isso seja ateu...

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

@solidão.com

Esse é o vídeo @solidão.com. Ele foi roteirizado, produzido e editado por mim, com a ajuda do pessoal que aparece nos créditos. Espero que gostem.


Porque nem só de texto escrito vive o homem...

Banalidade

No meio da universidade,
entre tantas faculdades,
passou-me um ônibus que ia
à faculdade;
na faculdade;
pra faculdade.

Ou, então, voltava.

Nunca saberei
nada senão
FACULDADE

Coisas da vida...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Nasce Um Poeta

Meu primeiro foi pequeno.
Materno, era de amor.
Envolvia rosas à beira do caminho
que, com carinho, alguém pegou.

Em seguida, veio um de guerra,
com lutas, batalhas, mortes.
Mostrava como é linda a vida,
como é graciosa a morte.

Depois, apareceu o de amor à namorada!
Ah, namorada! Por que te amo? Não sei.
Te amo porque preciso.
Era inocente, sinceramente apaixonado.

Passou-se mais um tempo, veio a cadeira.
Maldição da minha vida!
Nunca gostei de ficar sentado.
Este também foi sincero.

E, aí, começaram. Foi poema em cima de poema.
Brotam da minha mente,
escorrem pelas mãos,
esperam no papel (nem que seja virtual).
Vivem em você.

Nasci poeta, ou nasceu um poeta?
Não sei. Virei poeta no quando,
não no dia. Surgi poeta na poesia,
não no físico. Vivo poeta na vida.

Sou poeta porque quero.
Sou poeta por ser sincero.
Se isso é criado, ou de criação,
não me importa.
Só importa escrever
a minha vida,
o seu sorriso;
o meu momento,
o seu momento;
o meu sentimento,
o seu... O seu seu.

O que escrevo, me perguntam.
De novo, não sei. Isso cabe a você entender.
Eu escrevo aquilo que escrevo, raios!
Se não entendeu, escute-se melhor.

E você, quando nasceu?
E você, quem é?
E você, o que lê?
E você, o que quer?

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Confissão de meus pecados

Senhor Juiz,

Hoje, por volta das nove (9) horas do período matutino, cometi um crime da maior gravidade. Escrevo este bilhete/confissão para que os fatos sejam narrados por quem estava lá, de tal sorte que tentarei colocá-los o mais fielmente possível.

Não é sem vergonha, fique claro, que assumo: eu matei um poema. Tive como arma do crime uma borracha FB Max, que esfreguei freneticamente contra aquela vida até que não houvesse mais o menor vestígio de sua existência.

Motivos? Tive aos montes... o poema não era verdadeiro; não dizia aquilo que fora feito para dizer; nem título tinha!

Arrependimentos? Agora os tenho. Como fui louco de culpá-lo por sua deficiência? Como pude negá-lo o direito à vida? Nem mesmo permiti que fosse lido por alguém! Crápula que sou, nem me atrevo a pedir perdão a Deus. Não seria digno de perdão após tamanho delito. Irei ao inferno e não reclamarei. Só espero encontrar meu amigo poema no caminho, para que possa dizer-lhe o quanto me arrependo.

Porém, enquanto isto não me acontece, quero saber: qual será minha pena na lei dos homens? Como terei que pagar por ter agido de forma tão impensada que acabou no derramamento de látex inocente? Duma coisa tenho certeza: preciso ser preso. Não sou confiável o bastante para viver na sociedade. Sou um perigo grande demais para a humanidade. Já imaginou? Um matador de poemas solto no mundo! Que absurdo, meu Deus.

Por favor, caro Juiz, seja severo comigo. Não esqueça a gravidade do meu crime: eu matei um poema.

Aguardando minha sentença,
Daniel Nascimento.

A Irmã da Irmã de Ontem

A névoa matutina está embaçando o cais.
Barcos se escondem ante o Sol desta
manhã. A beira-mar dorme como criança:
indefesa, simples, morta.
não se esconda.


Não vejo além dos aplicados;
não vejo senão os aplicados.
Ah, aplicados... Por que diabos não os encontro?
não se esconda.


Cenário invisível que sei maravilhoso.
É noite, é frio, é branco,
é lindo. Já não bastam as sombras noturnas
como esconderijo, oh cenário?
não se esconda. Por favor, não,
não se esconda!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A Irmã

descansa,
desenrola.
cria coragem,
vem pra cá.

não prometo nada,
prometendo tudo.
caso chova,
choverá; caso faça
sol, ensolarada ficará; se me
amar...
não, isso
você sempre terá.

descansa,
desenrola.
cria coragem,
vem pra mim.

ela é loira,
ela é linda.
é de fato,
é mentira (menina).

descansa,
desenrola.
cria coragem,
vem comigo.

meu sorriso, ele
é seu... há tempos
te entreguei.
a vontade, ela
cresce... desejo
que me dei.

descansa,
desenrola.
cria coragem,
vem me amar.